Ano passado, mais de US$ 1 bilhão em remessas de petróleo venezuelano tiveram como destino a China e chegaram no país como se fosse petróleo bruto de origem do Brasil, de acordo com duas empresas de rastreamento de petroleiros, documentos da empresa e quatro comerciantes. A matéria diz que essa adulteração teve como objetivo ajudar os compradores a cortar custos de logística e contornar as sanções dos EUA.
Essa notícia publicada pela Reuters com base em dados de rastreamento, documentos internos da PDVSA está dando o que falar.
Segundo a Reuters, entre julho de 2024 e março de 2025, a China importou mais de 2,7 milhões de toneladas de betume “brasileiro”, mas que na verdade era oriundo da Venezuela e foram renomeados para que assim permitisse que os petroleiros navegassem diretamente da Venezuela para a China, evitando a escala nas águas da Malásia e encurtando a viagem em cerca de quatro dias.
E quem foram os destinatários? Refinarias independentes na China são as principais compradoras de remessas marítimas de petróleo de países sancionados pelos Estados Unidos, com a Malásia servindo como um importante centro de transbordo para o petróleo bruto venezuelano e iraniano.
Segundo um negociante regular de petróleo venezuelano esse tipo de operação “além de encurtar a viagem e economizar nos custos de navio para navio, repassar cargas como brasileiras ajuda a garantir financiamento bancário”. E ele ainda acrescentou que "a economia no frete não é grande, mas ajuda a garantir financiamento, aliviando a pressão financeira dos comerciantes durante as viagens de dois meses", disse a pessoa. A matéria informa que “os comerciantes não quiseram ser identificados devido à sensibilidade do assunto”.
Desde que as sanções entraram em vigor, comerciantes de petróleo têm transferido petróleo de um navio para outro no mar para disfarçar a origem do petróleo bruto venezuelano antes de ser enviado para a China, que é o maior importador de petróleo bruto do mundo.
A Reuter informa ainda que mais recentemente, transportadores adulteraram o sinal de localização dos navios-tanque para fazer parecer que os navios estão partindo de portos brasileiros quando, na verdade, estão partindo da Venezuela, de acordo com dados marítimos, imagens de satélite e fotos da costa compiladas e analisadas pelo serviço de monitoramento TankerTrackers.com. Essa prática é conhecida como "spoofing.