Malas com dólares e relógios de luxo são apreendidas com filho de ditador africano

NACIONAL
15/09/2018

Cerca de US$ 16 milhões de dólares foram apreendidos por Agentes da Polícia Federal e da Receita Federal no aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Em duas malas, US$ 1,4 milhão e R$ 55 mil em dinheiro e 20 relógios avaliados em US$ 15 milhões estavam com membros de uma comitiva da Guiné Equatorial que chegou ao Brasil nesta sexta-feira (14). O vice-presidente do país, Teodoro Obiang Mang, estava no vôo. Ele é filho do ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, há 38 anos no poder.

Segundo um agente que participou da operação, o dinheiro e os relógios estavam em duas malas. No total, a delegação carregava 19 malas, além da bagagem diplomática, mas o conteúdo das demais não foi informado. A Polícia Federal diz que o caso está sob sigilo diplomático e a Receita Federal também não comenta o caso. Em nota, o Itamaraty informa que "se manteve em coordenação permanente com a Receita Federal e a Polícia Federal no acompanhamento do caso, inclusive quanto à adoção das medidas cabíveis”.

Em depoimento à Polícia Federal, o secretário da Embaixada da Guiné Equatorial no Brasil explicou que o filho do ditador veio ao Brasil para tratamento médico, e que o US$ 1,4 milhão em uma das malas seria utilizado em missão oficial posterior, com destino a Singapura. Sobre os relógios, o secretário informou que seriam de uso pessoal de Teodoro Obiang Mang.

O avião, pertencente ao governo da Guiné Equatorial, chegou a Viracopos na sexta-feira à tarde vindo de Malabo, capital do país. Além do vice-presidente do país, 10 pessoas estavam a bordo. Embora trouxesse uma autoridade do governo do país africano, o voo não era uma missão diplomática oficial.

Em missões oficiais, as chamadas malas diplomáticas – que contêm documentos e objetos de uso oficial do país de origem – não podem ser fiscalizadas no destino. A aeronave da Guiné Equatorial, entretanto, trazia um conjunto de 19 malas não diplomáticas, que não possuem essa proteção.

Quando agentes da Receita e da PF tentaram analisar o conteúdo dessas 19 malas, seguranças que estavam no vôo tentaram impedir. Houve confusão. Membros da comitiva foram levados para prestar esclarecimentos às autoridades brasileiras, mas o vice-presidente foi liberado do procedimento.

 

(Com informações da Globo.com)

 

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