Lady Gaga é, sem dúvida, uma das maiores estrelas do pop mundial. Bilionária, premiada, adorada por milhões. Mas parece que, ao pisar em solo brasileiro na madrugada do dia 29, a artista esqueceu que essa grandiosidade toda não existe sem o público que a sustenta, especialmente os fãs.
Logo na chegada ao Aeroporto do Galeão, Gaga fez uma exigência que diz muito: mandou apagar as luzes da área externa do desembarque. Motivo? Não queria ser vista, muito menos abordada. Nem um aceno, nem um sorriso. Nem sequer um olhar para aqueles que passaram horas esperando para vê-la, muitos deles em situações extremas — como os que estão acampados há dias na porta do Copacabana Palace, sem sair do lugar nem para ir ao banheiro.
É difícil entender como uma artista que construiu sua imagem em cima do discurso de amor pelos fãs, inclusão e autenticidade, escolhe justamente a indiferença ao chegar em um país conhecido por acolher seus ídolos com entusiasmo e carinho. Será que nos Estados Unidos ela também apaga luzes de aeroporto para não ser vista? Ou essa “fuga estratégica” só vale para fãs de países que ela julga menos importantes?
Enquanto Gaga se recolhe em sua suíte de luxo, os “súditos” seguem firmes: há deficiente visual implorando para “ver” a cantora, gritos constantes pedindo uma aparição, e uma multidão que parece querer acreditar que, em algum momento, ela vai sair da bolha e retribuir. Será?
O show “Mayhem on the Beach”, que acontece dia 2 de maio, promete reunir cerca de 1,6 milhão de pessoas em Copacabana. Um espetáculo gigantesco, com mais de 3 mil policiais envolvidos na segurança. O Brasil está pronto. A pergunta é: Lady Gaga também está? Ou será que sua passagem pelo país ficará marcada não pelo brilho do palco, mas pela frieza fora dele?