Nos últimos dias, navegando pelo Youtube, assisti videos de brasileiros que compartilham sua rotina na plataforma, mostrando como ganham dinheiro, sobrevivem e lidam com os desafios da vida na terra do "Tio Sam". E logo me deparei com uma situação interessante de alguns deles: a empolgação e até a euforia com que charfudam o lixo de empresas e residências dos americanos em busca de produtos descartados e de alimentos reaproveitaveis.
Essa prática, conhecida como dumpster diving, virou quase um estilo de vida para alguns, que se autodenominam "caçadores de lixo". E esses brasileiros, que talvez nunca fizessem isso aqui no Brasil, mostram-se felizes e sorridentes por passarem o dia ou a noite atrás daquilo que os americanos não querem mais.
O casal Alessandra Gomes e Mateus Firmino, por exemplo, busca alimentos descartados por supermercados, mas garantem que doam grande parte do que encontram, pois "não precisam", já que sua despensa está cheia. Já Andressa Schinemann parece focar mais em utensílios domésticos, mergulhando – literalmente – dentro das caçambas para resgatar objetos novos ou em condições de uso tais como, roupas, móveis, utensílios de cozinha, brinquedos e maquiagens.
São muitos vídeos que mostram estes entusiasmados imigrantes revirando grandes lixeiras comerciais, exibindo seus achados como verdadeiros tesouros e com uma alegria exagerada. Frases como “Olha que lindo!” são recorrentes quando os itens resgatados são exibidos. Criadoras de conteúdo como Raquel Segal, Aninha Dumpster e Adeline Camargo compartilham suas caçadas com frequência e recebem elogios e críticas.
Dá para viver de "caçada ao lixo"?
A grande dúvida que fica é: essas pessoas conseguem pagar as contas apenas com o que encontram no lixo? Transformam esses achados em renda, revendendo os produtos ou apenas aproveitam o que podem para uso próprio e doação? Como pode a pessoa sair do Brasil pra chafurdar no lixo de outro pais? Bom, mas ao que parece é que esses brasileiros, caçadores de lixo, não devem pedir autorização para chafurdar nas lixeiras de empresas, pois alguns deles estão sempre com o semblante de que a qualquer momento serão flagrados.