Bebês Reborn: surto coletivo, moda passageira ou expressão artística?

14/05/2025

Nos últimos dias, as redes sociais, reportagens de sites e programas de TV foram tomadas por vídeos e fotos de mulheres adultas exibindo seus bebês reborn — bonecas de silicone ou vinil incrivelmente realistas. Mas afinal, de onde vem essa tendência?

De acordo com pesquisas no Google, a arte dos bebês reborn surgiu nos Estados Unidos e no Reino Unido, no início dos anos 1990. Na época, colecionadores de bonecas buscavam criar versões mais realistas de seus brinquedos. Desde então, a prática evoluiu e ganhou o mundo.

Hoje, há dois perfis principais nesse universo: as chamadas “cegonhas”, que são as artesãs responsáveis por criar e vender os bebês; e as “colecionadoras”, que compram as bonecas e muitas vezes as tratam como filhos de verdade.

Curiosa, passei alguns dias explorando perfis de “mães” e seus bebês de silicone. Algumas se declaram apenas colecionadoras — até aí, tudo certo. O que chama atenção, no entanto, é o nível de realismo com que tratam esses bonecos: elas dão banho, alimentam, levam ao médico, passeiam em shoppings e parques, fazem ensaios fotográficos e até simulam partos e exames como o teste do pezinho.

Confesso que em alguns momentos achei curioso, em outros engraçado... mas por fim, me perguntei: será que algumas dessas mulheres enfrentam algum tipo de problema emocional?

Nas redes, as reações são diversas, mas predominam as críticas. Comentários como “A carência tá tão grande que o povo tá tendo alucinação” ou “Olha o nível de desequilíbrio emocional que estamos chegando” surgiram, por exemplo, no canal Cortes de Felipeh Campos. Detalhe: Essas foram as criticas mais leves.

Por outro lado, o mercado está em plena expansão. Visitei os perfis de algumas artesãs (sem divulgar @ para não promover diretamente) e vi um público engajado, com muitas “mamães” pedindo informações sobre preços e formas de pagamento. Algumas artesãs brasileiras vivem exclusivamente da arte reborn há mais de 10 anos — e há casos de produção de até 30 bonecas por mês.

E a "paixão" por esses "bebês" mexeu até com a Câmara Municipal do Rio de Janeiro que  tomou partido nessa história. No dia 7 de maio, os vereadores promulgaram uma lei que institui o Dia da Cegonha Reborn, a ser celebrado anualmente em 4 de setembro.

No fim das contas, o fenômeno dos bebês reborn levanta muitas questões: é apenas uma tendência passageira, um reflexo de carências emocionais, mulheres precisando de terapias ou uma legítima forma de expressão artística?

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